Há 135 anos essa data foi cunhada na luta por melhores condições de trabalho contra a fúria e a ganância do Capital. Foi assim que em 1886 trabalhadores e trabalhadoras de Chicago (EUA) realizaram protestos e foram duramente reprimidos. No Brasil, em 1894 na cidade de Porto Alegre foi registrada a primeira manifestação pública em alusão à luta da classe trabalhadora. No processo de organização da classe o 1º de Maio foi se consolidando como uma data para marcar a luta, para marcar que há resistência contra a exploração e opressão, para marcar sua autonomia e independência e para marcar o caráter solidário e internacionalista da classe. É com esses princípios que trabalhadoras e trabalhadores organizam atividades para firmar essa posição e indicar as pautas necessárias para garantir e ampliar direitos e, ainda, fortalecer a luta coletiva.
O 1º de Maio de 2021 mundialmente será registrado pela tragédia humanitária: crise sanitária de proporções mundiais e sem precedentes na história, além da crise econômica, social e política. A pandemia pela COVID-19 escancara a barbaridade do capitalismo e a destruição do planeta em nome da ganância do capital.
No Brasil esses interesses estão ancorados pelo avanço do autoritarismo promovido pelo governo Bolsonaro-Mourão e sua política genocida. Esse governo gerencia uma agenda de ajuste fiscal acelerada, combinada com o negacionismo frente à COVID-19 além do brutal ataque aos trabalhadores. Bolsonaro e seus lacaios são responsáveis pela morte de cerca de 400 mil pessoas e, em função dessa política criminosa, o Brasil se transformou no epicentro mundial da pandemia. Sabotam o distanciamento social, a vacinação, promovem aglomerações e atacam as recomendações da ciência.
Essa política é responsável pelo desemprego de milhões de trabalhadores, pelas filas da fome e pela miséria que atinge várias parcelas da população. Trata-se de um governo racista, patriarcal, heteronormativo nas políticas sociais, que promove a repressão contra a juventude preta e pobre das periferias e as populações indígenas. Um governo que promove o desmonte das políticas públicas, realiza as privatizações, ataca a educação e a ciência. O desmonte é deliberado. O ataque aos direitos é parte desse projeto genocida!
Por isso, o Fórum Sindical, Popular e de Juventude por Direitos e Liberdades Democráticas conclama todas e todos: BASTA, em defesa da Vida – Fora Bolsonaro e Mourão! A classe trabalhadora vai resistir e para isso é fundamental priorizar as pautas que fazem enfrentamento a essa ofensiva. Lockdown nacional, auxílio emergencial de R$ 600,00, vacina para todas e todos pelo SUS, com a quebra de patentes e o Fora Bolsonaro Mourão traduzem a luta que todas e todos precisamos organizar. Além disso, a fome, a falta de insumos, a ausência de condições básicas para os cuidados contra a pandemia tem classe, tem raça/etnia e tem gênero!
Neste cenário, para fazer frente ao genocídio, à fome, à miséria, ao desemprego é fundamental a unidade das entidades da classe trabalhadora e dos oprimidos: centrais, frentes, sindicatos, movimentos populares, organizações da juventude, associações de bairros. É muito importante organizar atos classistas e solidários para fazer um 1º de Maio pela Vida e em nome da histórica luta da classe trabalhadora.
Infelizmente a maioria das Centrais Sindicais romperam essa unidade e decidiram convocar um ato nacional de 1º. de maio convidando muitos algozes da população trabalhadora: vários governadores, os presidentes da câmara e do senado, para citar alguns. O que trabalhadores do transporte e da educação de São Paulo ou Rio Grande do Sul teriam para comemorar com Dória ou com Leite? O que temos para comemorar com Lira e Pacheco? O que temos para comemorar com Rodrigo Maia, artífice das reformas trabalhista e previdenciária?
Por esta razão, o Fórum Sindical, Popular e da Juventude por Direitos e Liberdades Democráticas não participará deste ato das centrais ao lado de vários inimigos da classe trabalhadora. Nada temos a comemorar com estes algozes. Realizaremos uma atividade nacional para ajudar a organizar nossa classe para as lutas necessárias que virão.
O Fórum, através das suas entidades e militantes, estará na linha de frente da organização dos atos unitários e classistas nos estados e regiões em defesa da vida; do lockdown nacional; do auxílio emergencial de R$ 600,00; da vacinação para todas e todos pelo SUS e do Fora Bolsonaro-Mourão.
Vivemos um momento difícil em nosso país e no mundo, mas como dizia Maiakovski em um dos seus poemas:
“As ameaças e as guerras
Havemos de atravessá-las,
Rompê-las ao meio, cortando-as
Como uma quilha corta as ondas”
FÓRUM SINDICAL, POPULAR E DE JUVENTUDES POR DIREITOS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS