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No Dia das Mães, o melhor presente é mais direitos

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Neste Dia das Mães, o SINDISCOSE lembra que mais do que flores ou homenagens, as servidoras mães merecem o que sustenta suas vidas: direitos. Nosso sindicato, que representa os trabalhadores e trabalhadoras dos conselhos profissionais de Sergipe, fez um levantamento das conquistas que beneficiam diretamente as servidoras — especialmente aquelas que são mães, inclusive mães atípicas que cuidam de filhos com deficiência ou necessidades especiais.

Entre os direitos analisados estão: licença maternidade ampliada (180 dias), auxílio-creche, abono de faltas para acompanhamento de filhos e políticas específicas de apoio à maternidade atípica. O levantamento revela um cenário de avanços significativos, mas também grandes desigualdades entre os conselhos.

🔍 Confira os dados detalhados:

📌 Licença maternidade de 180 dias (por ACT)

garantida nos conselhos:
CREA, OAB, COREN, CRECI, CRESS, CRP, CRF, CAU, CRMV, CRQ, CREFITO
Ainda não garantida no CREMESE
🚫 Não Acordo Coletivo vigente nos conselhos CRC, CRA, CORECON, CREF e CORE

📌 Auxílio-creche

garantido nos conselhos:
CREA, OAB, COREN, CREFITO
Ainda não garantido em: CREMESE, CRECI, CRESS, CRP, CRF, CAU, CRMV, CRQ
🚫 Sem negociação por falta de ACT em: CRC, CRA, CORECON, CREF, CORE

📌 Abono para acompanhamento de filhos

garantido nos conselhos:
OAB, COREN, CREMESE, CRESS, CRP
Ainda não garantido em: CREA, CRECI, CRF, CAU, CRMV, CRQ, CREFITO
🚫 Sem ACT: CRC, CRA, CORECON, CREF, CORE

📌 Políticas para mães atípicas

OAB oferece auxílio
COREN concede redução de jornada
CREFITO possui auxílio específico
Os demais conselhos ainda não adotam políticas específicas para essas servidoras

Além de expor os direitos conquistados, o SINDISCOSE também destaca os conselhos que ainda não têm sequer Acordo Coletivo de Trabalho firmado com a entidade sindical — o que inviabiliza qualquer avanço nos direitos das mães: CRC, CRA, CORECON, CREF e CORE. O sindicato segue buscando a abertura de diálogo com essas entidades.


Uma luta que é política e coletiva

Essa realidade reflete uma urgência social: o cuidado precisa ser reconhecido como trabalho essencial. Por isso, o SINDISCOSE apoia e participa de iniciativas como o Movimento Mulheres em Lutas (MEL)uma articulação nacional de parlamentares e militantes que atuam na construção de uma plataforma de enfrentamento à lógica produtivista e patriarcal que invisibiliza o cuidado e penaliza, sobretudo, as mulheres trabalhadoras.

Foi com base nas reflexões e propostas do MEL que nasceu o Projeto de Lei protocolado neste mês de maio na Câmara Municipal de Aracaju, que propõe a obrigatoriedade de cláusulas em contratos públicos que garantam o abono de faltas justificadas para acompanhamento de filhos e filhas, tanto em consultas quanto em atividades escolares, sem prejuízo de salário ou benefícios.

Esse projeto é mais do que uma medida legal — é um gesto de reparação histórica. Como afirma sua justificativa:

Cuidar é um direito. E cuidar de quem cuida é dever de todos nós.”


💬 A realidade das mães brasileiras

Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o Brasil tem mais de 11 milhões de mães solo, sendo 90% delas mulheres negras. A maioria é responsável sozinha pelo sustento e cuidado dos filhos, enfrentando a ausência de políticas públicas e estruturas institucionais que as reconheçam e apoiem. Essa situação é ainda mais grave no caso das mães atípicas, que cuidam de filhos com deficiência ou doenças raras.


Neste Dia das Mães, o melhor presente que podemos oferecer às mulheres que cuidam é a garantia de seus direitos no local de trabalho. Que o tempo de cuidar seja também respeitado como tempo produtivo. Que nenhuma mulher precise escolher entre trabalhar e estar presente para quem dela depende.

 

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