As mulheres de Sergipe na luta contra violência, racismo e em defesa da aposentadoria. E pelas memórias de Marielles, Margaridas, Yasmins e Laysas. Nos primeiros 20 dias deste ano, 107 mulheres foram assassinadas. A triste estatística é que 13 mulheres são mortas a cada 24 horas. O pacote anti-crime defendido pelo governo federal abre espaço para legitimação das mortes de jovens negros da periferia, além de colocar em xeque a Lei Maria da Penha, pois abre a possibilidade de absolvição daquele que matar uma mulher por estar sob “violenta emoção”.
A Reforma da Previdência apresentada pelo governo federal tem como principais prejudicadas as mulheres, pois aumenta a sua idade mínima de 55 para 62 anos para trabalhadoras da cidade e de 55 para 60 as trabalhadoras rurais. O tempo de contribuição para ter a integralidade do benefício é de 40 anos.
Para reverter esse cenário, o 08 de março, Dia Internacional da Mulher, terá em todo Brasil a luta contra a violência, o racismo e em defesa da aposentadoria.
Em Sergipe a agenda de luta das mulheres sergipanas, organizadas em diversos movimentos sociais, sindicais, partidos começará às 6h no posto de saúde do bairro Japãozinho (zona norte de Aracaju), depois segue para sede da empresa Almaviva no bairro Industrial. Juntas, mulheres do campo, ribeirinhas e da cidade irão me marcha até a Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e finalizam o ato no INSS.
Carta de reivindicação
As mulheres sergipanas também entregarão uma carta de reivindicações ao governador Belivaldo Chagas, a vice-governadora Eliane Aquino, aos/as deputados/as, so prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira e também ao Tribunal de Justica e Ministério Público Estadual.
Entre as reivindicações estão: a garantia do funcionamento 24h da Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis e implantação em todas cidades polos dos territórios Sergipanos; garantia de Programa de Geração de Emprego e Renda exclusivo para as mulheres desempregadas sergipanas, com igualdade de remuneração em relação aos homens; criação de campanhas permanentes e de um programa educativo para combate e prevenção de práticas de machismo nas escolas e unidades de saúde; efetivação do programa de atendimento especializado, no SUS, para as mulheres, a população negra, LGBT e indígenas, entre outras.
O ato pelo 08 de março em Sergipe é uma construção coletiva dos seguintes movimentos sociais, partidos e sindicatos:
CSP-CONLUTAS, CTB, CUT, SINASEFE, SINDIFISCO, SINDIJUS, SINDIMARKETING, SINDIMINA, SINDIPEMA, SINDIPETRO, SINDISCOSE, SINDUSCOM, SINTESE, SINTUFS, SENGE, ADUFS, ANDES, SEEB/SE, MTST, MST, Resistência, RUA, AMOSERTRANS, Frente Brasil Popular, FETAM, FETASE, FPSM – Frente Povo Sem Medo, MML – Movimento Mulheres de Luta, MMM – Marcha Mundial das Mulheres, MMTR – Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, MNU – Movimento Negro Unificado , MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, UBM, Auto Organização de Mulheres Negras “Rejane Maria”, Coletivo Afronte, Coletivo “Ana Montenegro”, Coletivo de Mulheres de Aracaju, Coletivo Olga Benário, Coletivo Quilombo Sergipe – Núcleo Beatriz Nascimento, EDUCAMPO-SE, Marcha Mundial das Mulheres, Fórum de Mulheres Glorienses, Mulheres do Erukerê, PSOL, PSTU, PT, Sec. de mulheres JPT, Mandato dep. estadual Iran Barbosa, Mandato dep. federal João Daniel
Fonte: Coordenação do ato